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ARTIGO: FIEL OBEDIÊNCIA ÀS LEIS


FIEL OBEDIÊNCIA ÀS LEIS
Autor Fabiano P Nunes

Artigo publicado na REVISTA CULTURA ESPÍRITA, do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, ano III, n. 26, Maio de 2011. p.15. 

Na atualidade, observam-se lamentáveis desrespeitos às leis, nas mais variadas esferas da sociedade. Referimo-nos não somente às ações claramente marginais aos códigos legais, mas também aos atos de menor expressão, muitas vezes sutilmente justificado por uma, suposta, nobreza quanto aos seus fins. Sonegação de impostos, desrespeito aos estatutos sociais, trabalho informal, cópias ilegais, desprezo às normas éticas, ofensas à moral e danos ao patrimônio, estão entre os atos censuráveis comuns.

O cristão, mormente os espíritas, jamais deverá se postar à margem da lei, sob qualquer pretexto, ainda que esteja ao açodar das injustiças e penúrias. Urge nunca assentar o espiritismo-cristão na marginalidade legal, em tempo algum.

Como usual, Jesus apresenta-se como probo exemplo de obediência aos códigos legalísticos.

Conquanto importantes pesquisadores tenham defendido a tese de que o Jesus da História teria assumido uma postura revolucionária1, sabe-se que – ao contrário – Ele fora o modelo e guia da integral observância das leis sociais.

Paulo de Tarso, considerado como um dos maiores intérpretes do Evangelho em toda a história cristã, em sua carta aos Filipenses2 assevera que Ele, “tornando-se semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um homem, abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, à morte sobre uma cruz.”

Nessa ímpar exegese, o apóstolo dos gentios estabelece três conceitos essências para o entendimento da missão do Cristo na Terra: a humanidade de Jesus, Sua humildade e Sua obediência às leis vigentes. Esta ideia reveste-se de sublime comprobação ao observarmos a integral obediência, e a absoluta resignação, com que Jesus vivenciara as arbitrariedades de Seu processo de prisão, julgamento e execução.

Notáveis pesquisadores têm demonstrado as inúmeras ilegalidades dos julgamentos sofridos por Jesus, não apenas na Corte Suprema Judaica daquele tempo, o Sinédrio, como também na aplicação do Direito Romano exercida por Pôncio Pilatos.

Dentre as ilicitudes cometidas pelo Tribunal Judaico no Seu processo de prisão e julgamento, uma se nos apresenta com especial gravidade: a inexistência de – no mínimo – duas testemunhas de acusação, verazes. Em verdade, essa violação fora extremamente elementar, posto que o livro de Moisés - o Deuteronômio – assim determinava:

“Somente pela deposição de duas ou três testemunhas poder-se-á condenar alguém à morte; ninguém será morto pela deposição de uma só testemunha”3

“Uma única testemunha não é suficiente contra alguém, em qualquer caso de iniqüidade ou de pecado que haja cometido” 4. 

“Se a testemunha for uma testemunha falsa, e tiver caluniado seu irmão, então vós a tratareis conforme ela própria maquinava tratar o seu próximo”5.

À luz dessas chaves ao entendimento contidas no Antigo Testamento, poder-se-á apreender  - em Marcos6 - a seriedade das ilicitudes cometidas pelo referido tribunal hebreu:

Ora, os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus para matá-lo, mas nada encontravam. Pois muitos davam falso testemunho contra Ele, mas os testemunhos não eram congruentes. Alguns, levantando-se, davam falso testemunho contra Ele”.[...]

[...] O Sumo Sacerdote, então, rasgando as suas túnicas disse: Que necessidade temos ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfêmia. Que vos parece? E todos julgaram-no réu de morte”.

Dessa forma, houvera uma inequívoca, e voluntária, transgressão da Lei Mosaica por parte do próprio Sinédrio, a qual seria passível da mesma punição imputada ao Humilde Réu.

Para agravar a injustiça da condenação do Carpinteiro de Nazaré, Ele ainda estivera sob o julgamento de outras duas instâncias, a de Herodes Antipas e a de Pôncio Pilatos, que também não encontraram peças judiciais condenatórias robustas, e, por conseguinte, exoraram Sua inocência. Mesmo assim, Jesus fora conduzido à pena capital.

Não obstante Jesus fosse o único Espírito Puro que já pisara a Terra, e porquanto, o mais inocente homem da história, Ele aceitara todos os ajuizamentos - arbitrários, incoerentes e ilegais – sem indignar-se e nem ao menos protestar, mas ao contrário, sendo obediente até o limite de Suas forças, tendo como conseqüência a própria morte por crucificação, vergonhosa e com dores excruciantes, a fim de exemplificar a mais excelente manifestação de fidelidade à Deus, aos amigos, à Causa, assim como às leis da sociedade.

Nunca esqueçamos, pois, que o espírita-cristão deverá ser, sobretudo, um exemplar partidário da boa cidadania, observando fielmente as legislações e as disposições judiciais.

  1. CROSSAN, John D. Jesus, Uma Biografia Revolucionária. Rio de Janeiro, Imago Ed: 1995. 216 p.
  2. BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. Nova edição rev. e ampl. São Paulo: Paulus, 2002. Epístola aos Filipenses, cap. 2, vers. 8, p. 2049.
  3. Ibidem. Deuteronômio, cap. 17, vers. 6, p. 279.
  4. Ibidem. Deuteronômio, cap.19, vers. 15, p. 282.
  5. Ibidem. Deuteronômio, cap.19, vers. 18-19, p. 282.
  6. Ibidem. Evangelho Segundo Marcos, cap. 14, vers. 55-64, p.1782
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O ESPIRITISMO É UMA RELIGIÃO?


Com a palavra, Allan Kardec - o apóstolo da Terceira Revelação:

O Espiritismo é uma religião?

[...] “Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião?

Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem.

Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.

Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado.

Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.

As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente, isto é, com o recolhimento e o respeito que comporta a natureza grave dos assuntos de que se ocupa; pode-se mesmo, na ocasião, aí fazer preces que, em vez de serem ditas em particular, são ditas em comum, sem que, por isto, sejam tomadas por assembleias religiosas.

Não se pense que isto seja um jogo de palavras; a nuança é perfeitamente clara, e a aparente confusão não provém senão da falta de uma palavra para cada idéia.

Qual é, pois, o laço que deve existir entre os espíritas?

Eles não estão unidos entre si por nenhum contrato material, por nenhuma prática obrigatória.

Qual o sentimento no qual se deve confundir todos os pensamentos?

É um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para com todos ou, em outras palavras: o amor do próximo, que compreende os vivos e os mortos, pois sabemos que os mortos sempre fazem parte da Humanidade.

A caridade é a alma do Espiritismo; ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus semelhantes, razão por que se pode dizer que não há verdadeiro espírita sem caridade.” [...]

[...] “Crer num Deus Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom; crer na alma e em sua imortalidade; na preexistência da alma como única justificação do presente; na pluralidade das existências como meio de expiação, de reparação e de adiantamento intelectual e moral; na perfectibilidade dos seres mais imperfeitos; na felicidade crescente com a perfeição; na eqüitativa remuneração do bem e do mal, segundo o princípio: a cada um segundo as suas obras; na igualdade da justiça para todos, sem exceções, favores nem privilégios para nenhuma criatura; na duração da expiação limitada à da imperfeição; no livre-arbítrio do homem, que lhe deixa sempre a escolha entre o bem e o mal; crer na continuidade das relações entre o mundo visível e o mundo invisível; na solidariedade que religa todos os seres passados, presentes efuturos, encarnados e desencarnados; considerar a vida terrestre como transitória e uma das fases da vida do Espírito, que é eterno; aceitar corajosamente as provações, em vista de um futuro mais invejável que o presente; praticar a caridade em pensamentos, em palavras e obras na mais larga acepção do termo; esforçar-se cada dia para ser melhor que na véspera, extirpando toda imperfeição de sua alma; submeter todas as crenças ao controle do livre-exame e da razão, e nada aceitar pela fé cega; respeitar todas as crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam, e não violentar a consciência de ninguém; ver, enfim, nas descobertas da Ciência, a revelação das leis da Natureza, que são as leis de Deus: eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a Deus.

É o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de pensamentos, esperando que ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.

Com a fraternidade, filha da caridade, os homens viverão em paz e se pouparão males inumeráveis, que nascem da discórdia, por sua vez filha do orgulho, do egoísmo, da ambição, da inveja e de todas as imperfeições da Humanidade.

O Espiritismo dá aos homens tudo o que é preciso para a sua felicidade aqui na Terra, porque lhes ensina a se contentarem com o que têm.

Que os espíritas sejam, pois, os primeiros a aproveitar os benefícios que ele traz, e que inaugurem entre si o reino da harmonia, que resplandecerá nas gerações futuras.” [...]

Discurso de Allan Kardec na Sessão Anual Comemorativa do dia dos Mortos, Sociedade de Paris, 1o de novembro de 1868

Título: O Espiritismo é uma religião?

Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos. Ano XI, dezembro de 1868. Tradução Evandro Noleto Bezerra: FEB, 2005; p. 491-5.
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ENCICLOPÉDIA DA BÍBLIA, organizada por John Drane


Caros amigos.

Gostaria de recomendar a excelente Enciclopédia da Bíblia, organizada por John Drane, que poderá ser encontrada nas grandes livrarias, como as Livraria Saraiva e da Travessa, por exemplo.

No entanto, vocês poderão Consultar e ler a Enciclopédia da Bíblia aqui mesmo no blog!

A imagem abaixo não é apenas uma figura, mas sim uma janela para acessar essaa Enciclopédia, que está hospedada no "Google Livros".

Bastar clicar na barra de rolagem ("setinhas") da figura abaixo, e as páginas do livro se abrirão para leitura.

Caso a janela apareça "em branco", clique em "conteúdo", no topo dessa figura, e a enciclopédia será carregada no blog novamente.





Bons estudos, fraternal abraço, Fabiano


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