O LIVRO DOS MÉDIUNS
CAPÍTULO XX
Allan Kardec
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9a) Qual seria o médium que se poderia chamar de perfeito?
“Perfeito, que pena! Sabeis bem que a perfeição não existe na Terra, sem, isto, não estaríeis nela; dize, portanto, bom médium e já é muito, pois eles são raros.
O médium perfeito seria aquele sobre o qual os maus Espíritos jamais teriam ousado fazer uma tentativa para enganá-lo; o melhor é aquele que, simpatizando somente com bons Espíritos, tem sido enganado menos frequentemente.”
10a) Se ele só simpatiza com bons Espíritos, como podem permitir que ele seja enganado?
“Os bons Espíritos o permitem, algumas vezes, com os melhores médiuns, para lhes exercitar o bom-senso e lhes ensinar a discernir o verdadeiro do falso; e, depois, por melhor que seja o médium, ele nunca é tão perfeito que não possa ser atacado pelo seu lado fraco; isto deve servir-lhe de lição. As falsas comunicações que ele recebe, de tempos em tempos, são advertências para que não se considere infalível e não se envaideça; pois o médium que obtém as coisas mais notáveis não tem que vangloriar-se, tanto quanto o tocador de realejo, que produz belas árias, movendo a manivela de seu instrumento.”