PALAIS ROYAL: local onde foi lançado "O Livro dos Espíritos", em 18 de abril de 1857
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I.
DIVISÃO DAS MATÉRIAS CONTIDAS NOS EVANGELHOS
Allan
Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Introdução, item I), elucida-nos que
as matérias contidas nos Evangelhos podem ser divididas em cinco partes: os milagres; as predições; as palavras que
serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja; o ensinamento moral; os
atos comuns da vida do Cristo.
Quatro dessas divisões são, corajosamente,
estudadas nas - cerca de - trinta obras publicadas pelo Codificador do
Espiritismo.
Nada obstante, para fins didáticos, poder-se-ia
atribuir uma obra Kardeciana para o estudo de cada parte, a saber:
a) Os milagres:
analisados e explicados na obra “A Gênese, Os Milagres e as Predições Segundo o
Espiritismo”;
b) As predições: analisadas
e explicadas na obra “A Gênese, Os Milagres e as Predições Segundo o
Espiritismo”;
c) As palavras que serviram
para o estabelecimento dos dogmas da Igreja: analisadas e explicadas na obra “O
Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo”.
d) O ensinamento moral:
desenvolvido no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”;
e) Os atos comuns da vida do
Cristo: Não por acaso, Allan Kardec não desenvolveu os aspectos históricos e
historiográficos da vida de Jesus de Nazaré em nenhuma de suas obras.
O espiritismo é uma doutrina cientifica e
filosófica, com consequências morais e religiosas. Veio restabelecer o cristianismo
ao seu sentido puramente espiritualista. Não é objetivo de o espiritismo
concorrer com as ciências, mormente as ciências históricas. Cabe à ciência
desvelar os atos comuns da vida do Cristo.
PERGUNTA: Os bons
espíritos não poderiam nos ajudar, trazendo as notícias históricas, os fatos
históricos, e as exatas palavras proferidas por Jesus?
Por mais surpreendente
que possa parecer, a resposta seria: não cabe aos espíritos trazerem essas
revelações históricas.
FUNDAMENTAÇÃO
I.
Objetivo Providencial das Manifestações Espíritas
“50.
O objetivo providencial das manifestações é convencer os incrédulos de que,
para o homem, tudo não se acaba com a vida terrestre, e de dar, àqueles que
creem, ideias mais justas sobre o futuro.
Os
bons espíritos vêm nos instruir tendo em vista o nosso melhoramento e o nosso
progresso, e não para nos revelar o que ainda não devemos saber, ou o que
devemos aprender com o nosso esforço. Se fosse suficiente interrogar os
espíritos para obter a solução de todas as dificuldades científicas, ou para
fazer descobertas e invenções lucrativas, todo ignorante poderia se tornar
sábio a um preço muito baixo e todo preguiçoso poderia enriquecer sem trabalho;
é o que Deus não quer que aconteça.
Os
espíritos ajudam o homem de talento pela inspiração oculta, mas não o isentam
do trabalho nem das pesquisas a fim de lhe deixar o mérito.”
Allan
Kardec - “O Que é o Espiritismo.” Capítulo II – Objetivo Providencial das
Manifestações Espíritas – Item 50
II.
REVELAÇÕES ESPIRITUAIS PERTINENTES AO CAMPO CIENTÍFICO
“Os espíritos não vêm para livrar o homem do
trabalho, do estudo e das
pesquisas; eles não lhe
fornecem nenhuma ciência inteiramente pronta, e o que o homem pode descobrir
por si mesmo, eles deixam entregue às suas próprias forças.
Os
espíritas, hoje, sabem disso perfeitamente. Há muito tempo a experiência
demonstrou o erro da opinião que
atribuía aos espíritos todo o saber e toda a sabedoria, ou que seria
suficiente dirigir-se ao primeiro espírito vindo para se conhecer todas as
coisas. Saídos da humanidade, os espíritos são uma das suas faces, e, como na
Terra, há entre eles os superiores e os vulgares; muitos deles, portanto,
científica e filosoficamente, sabem menos do que certos homens. Eles dizem o
que sabem, nem mais, nem menos. Como entre os homens, os espíritos mais
adiantados podem nos instruir sobre mais coisas, dar-nos opiniões mais
judiciosas do que os atrasados. Pedir
conselhos aos espíritos não é, de maneira alguma, recorrer a potências
sobrenaturais, mas a seus iguais, àqueles mesmos a quem se teria recorrido em
vida, a parentes, amigos, ou a indivíduos mais esclarecidos do que nós.
Eis
do que é necessário que todos se
convençam e o que ignoram aqueles que, não tendo estudado o Espiritismo,
fazem uma ideia completamente falsa sobre a natureza do mundo dos espíritos e
das relações com o além-túmulo.”
ALLAN
KARDEC. A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo – cap. I –
Item 60
III.
OBJETIVO EXCLUSIVO DO ESPIRITISMO
”Não
esqueçais que o objetivo essencial,
EXCLUSIVO, do Espiritismo, é o vosso melhoramento e é, para o
alcançardes que é permitido aos Espíritos iniciar-vos na vida futura,
oferecendo-vos exemplos de que podeis aproveitar. Quanto mais vos identificardes
com o mundo que vos espera, menos saudades sentireis daquele em que estais
agora. Em suma, este é o objetivo atual da revelação.”
O
Livro dos Médiuns, 292. Perguntas sobre a destinação dos Espíritos, segunda
parte, cap. XXVI.
IV.
PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER AOS ESPÍRITOS - 1
28. Os Espíritos podem guiar os homens nas pesquisas científicas e nas
descobertas?
“A Ciência é obra do gênio; só deve ser adquirida pelo trabalho, pois é
somente pelo trabalho que o homem se adianta no seu caminho. Que mérito teria,
se apenas precisasse interrogar os Espíritos para saber tudo? A esse preço,
qualquer imbecil poderia tornar-se sábio. O mesmo se dá com as invenções e
descobertas da indústria. Depois, uma outra consideração, é que cada coisa deve
vir a seu tempo e, quando as ideias estão maduras para recebê-la; se o homem
tivesse este poder, subverteria a ordem das coisas, fazendo que aparecessem os
frutos, antes da estação própria.
Deus disse ao homem: tirarás teu alimento da terra, com o suor de teu
rosto; admirável figura que pinta a condição em que ele, aqui, se encontra; ele
deve progredir em tudo, pelo esforço do trabalho; se lhe dessem as coisas
inteiramente prontas, de que lhe serviria sua inteligência? Seria como o
estudante, cujo dever, um outro fizesse.”
O LIVRO DOS MÉDIUNS - CAPÍTULO XXVI - 294. Perguntas sobre as invenções e
descobertas - Allan Kardec
V.
PERGUNTAS QUE SE PODEM FAZER AOS ESPÍRITOS - 2
29.
O sábio e o inventor nunca são assistidos pelos Espíritos em suas pesquisas?
“Oh!
Isto é muito diferente. Quando chega o tempo de uma descoberta, os Espíritos
encarregados de lhe dirigir a marcha, procuram o homem capaz de levá-la a bom
termo e lhe inspiram as ideias necessárias, de maneira a lhe deixarem todo o
mérito, porquanto estas ideias, é preciso que ele as elabore e as execute. O
mesmo acontece com todos os grandes trabalhos da inteligência humana. Os
Espíritos deixam cada homem na sua esfera de ação;
O
LIVRO DOS MÉDIUNS - CAPÍTULO XXVI - 294. Perguntas sobre as invenções e
descobertas - Allan Kardec
VI.
INCERTEZAS NAS REVELAÇÕES ESPIRITUAIS
Objetivo
Providencial das Manifestações Espíritas
52.
Com exceção do que pode ajudar o progresso moral, só há incerteza nas revelações
que se conseguem obter dos espíritos. A primeira conseqüência desagradável,
para aquele que desvia a sua faculdade do objetivo providencial, é ser
mistificado pelos espíritos embusteiros que existem em grande número ao nosso
redor; a segunda é cair sob o domínio desses mesmos espíritos que podem, com
conselhos desleais, conduzi-lo a infortúnios reais e materiais na Terra; a
terceira é perder, após a vida terrestre, o fruto do conhecimento do
Espiritismo.
Allan
Kardec - “O Que é o Espiritismo.”
Capítulo
II – Objetivo Providencial das Manifestações Espíritas – Item 52
VII.
SOBRE AS TEORIAS CIENTÍFICAS
“Assim,
é sobretudo nas teorias científicas que precisa haver extrema prudência, guardando-se
de dar precipitadamente como verdades sistemas por vezes mais sedutores que
reais, e que, cedo ou tarde, podem receber um desmentido oficial. Que sejam
apresentados como probabilidades, se forem lógicos, e como podendo servir de
base para observações ulteriores, admite-se; mas seria imprudência tomá-los
prematuramente como artigos de fé. Diz um provérbio: Nada é mais perigoso do
que um amigo imprudente. Ora, é o caso dos que, no Espiritismo, se deixam levar
por um zelo mais ardente que refletido.”
Allan
Kardec
Revista
Espírita Julho de 1861, OBSERVAÇÃO GERAL (Sobre o exame crítico das
dissertações de Charlet sobre os animais), p. 331
VIII.
JAMAIS ACEITAR NADA SEM EXAME SEVERO
Revista
Espírita - Julho de 1861, OBSERVAÇÃO GERAL (Sobre o exame crítico das
dissertações de Charlet sobre os animais), p. 331
“A
consequência a tirar destes princípios é que, fora das questões morais, não se
deve acolher o que vem dos Espíritos senão com reservas e, em todos os casos,
jamais aceitá-las sem exame. Daí decorre a necessidade de se ter a maior
circunspeção na publicação dos escritos emanados dessa fonte, sobretudo quando,
pela estranheza das doutrinas que encerram, ou pela incoerência das ideias,
podem prestar-se ao ridículo. É preciso desconfiar do pendor de certos
Espíritos para as ideais sistemáticas, e do amor-próprio que buscam espalhar.
Allan
Kardec
Revista
Espírita Julho de 1861, OBSERVAÇÃO GERAL (Sobre o exame crítico das
dissertações de Charlet sobre os animais), p. 331
IX.
EXISTIRIAM MÉDIUNS CUJAS PSICOGRAFIAS SERIAM TOTALMENTE CONFIÁVEIS?
9a)
Qual seria o médium que se poderia chamar de perfeito?
”Perfeito,
que pena! Sabeis bem que a perfeição não existe na Terra, sem, isto, não
estaríeis nela; dize, portanto, bom médium e já é muito, pois eles são raros.
O
médium perfeito seria aquele sobre o qual os maus Espíritos jamais teriam
ousado fazer uma tentativa para enganá-lo; o melhor é aquele que, simpatizando
somente com bons Espíritos, tem sido enganado menos frequentemente.”
O LIVRO DOS MÉDIUNS – SEGUNDA PARTE - CAPÍTULO XX –
INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM
***
10a)
Se ele só simpatiza com bons Espíritos, como podem permitir que ele seja
enganado?
“Os
bons Espíritos o permitem, algumas vezes, com os melhores médiuns, para lhes
exercitar o bom-senso e lhes ensinar a discernir o verdadeiro do falso; e,
depois, por melhor que seja o médium, ele nunca é tão perfeito que não possa
ser atacado pelo seu lado fraco; isto deve servir-lhe de lição. As falsas
comunicações que ele recebe, de tempos em tempos, são advertências para que não
se considere infalível e não se envaideça; pois o médium que obtém as coisas
mais notáveis não tem que vangloriar-se, tanto quanto o tocador de realejo, que
produz belas árias, movendo a manivela de seu instrumento.”
O LIVRO DOS MÉDIUNS – SEGUNDA PARTE - CAPÍTULO XX –
INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM
***
“As
boas intenções, a própria moralidade do médium nem sempre são suficientes para
o preservarem da ingerência dos Espíritos levianos, mentirosos ou
pseudo-sábios, nas comunicações. Além dos defeitos de seu próprio Espírito,
pode dar-lhes guarida por outras causas, das quais a principal é a fraqueza de
caráter e uma confiança excessiva na invariável superioridade dos Espíritos que
com ele se comunicam. “
Allan
Kardec - Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos - Fevereiro de 1859 -
Editora FEB, Pág. 55.
***
82. Os médiuns mais dignos
não estão livres das mistificações dos espíritos embusteiros; inicialmente
porque não existe uma pessoa bastante perfeita a ponto de não possuir um lado
fraco pelo qual os maus espíritos possam ter acesso; em segundo lugar, porque
os bons espíritos, algumas vezes, permitem que isso aconteça para que possamos
fazer a nossa análise crítica, aprender a discernir a verdade do erro e ficar
alerta, afim de não aceitar nada cegamente e sem controle.
Observemos, também, que o
embuste jamais vem de um bom espírito e todo nome respeitável que aparece
assinando um erro é, necessariamente, apócrifo.
Allan Kardec
- “O Que é o Espiritismo.”Capítulo II –
Noções Elementares do Espiritismo – Item 82
X – SR. X, MÉDIUM SEGURO E MORALIZADO, RECEBEU 500 OBRAS
MEDIÚNICAS. APLICANDO-SE O PRINCÍPIO GERAL DA CIÊNCIA ESPÍRITA SOBRE A
PROPORÇÃO DAS COMUNICAÇÕES DE INQUESTIONÁVEL VALOR, PERGUNTA-SE: QUANTOS LIVROS
TERIAM “MÉRITO FORA DO COMUM”, E, POR CONSEGUINTE, SERIAM ELEGÍVEIS PARA A
DIFUSÃO DO ESPIRITISMO?
Como usual,
encontraremos nas diretrizes Kardecianas a solução para essa questão:
"Aplicando
esses princípios de ecletismo às comunicações que nos enviaram, diremos que em
3.600 há mais de 3.000 que são de uma moralidade irreprochável, e excelentes
como fundo; mas que desse número não há 300 para publicidade, e apenas 100 de
um mérito inconteste. Essas comunicações vieram de muitos pontos diferentes.
Inferimos
que a proporção deve ser mais ou menos geral. Por aí pode julgar-se da
necessidade de não publicar inconsideradamente tudo quanto vem dos Espíritos,
se quiser atingir o objetivo a que nos propomos, tanto do ponto de vista
material quanto do efeito moral e da opinião que os indiferentes possam fazer
do Espiritismo".
Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio.