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BÍBLIA. Português.
Bíblia de Jerusalém. Nova edição rev. e ampl. São Paulo: Paulus, 2002. 3 a.
Impressão: 2004. O Evangelho Segundo Lucas 4:14-30 p. 1794-5
JESUS EM NAZARÉ
PASSAGENS PARALELAS
ENCONTRADAS EM MARCOS 6, 1-6 E MATEUS 13, 58-8.
Lucas 4:
24 Mas em seguida
acrescentou: "Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua
pátria.
25 De fato, eu vos digo
que havia em Israel muitas viúvas nos dias de Elias, quando por três anos e
seis meses o céu permaneceu fechado e uma grande fome devastou toda a região;
26 Elias, no entanto, não
foi enviado a nenhuma delas, exceto a uma viúva, em Sarepta, na região de
Sidônia.
27 Havia igualmente
muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu; todavia, nenhum deles foi
purificado, a não ser o sírio Naamã".
28 Diante dessas
palavras, todos na sinagoga se enfureceram.
29 E, levantando-se,
expulsaram-no para fora da cidade e o conduziram até um cimo da colina sobre a
qual a cidade estava construída, com a intenção de precipitá-lo de lá.
30 Ele, porém, passando
pelo meio deles, prosseguia seu caminho...
# Interpretação de Allan Kardec para a postura de Jesus, refutando conceitos da Lei Mosaica
O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo I - Não vim destruir a lei » Moisés
O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo I - Não vim destruir a lei » O Cristo » O Cristo
#artigo; “EU, PORÉM, VOS DIGO”
# Interpretação de Allan Kardec para a postura de Jesus, refutando conceitos da Lei Mosaica
O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo I - Não vim destruir a lei » Moisés
O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo I - Não vim destruir a lei » O Cristo » O Cristo
#artigo; “EU, PORÉM, VOS DIGO”
Artigo publicado na REVISTA CULTURA ESPÍRITA, do Instituto de
Cultura Espírita do Brasil, ano II, n. 21, dezembro de 2010, p. 15.
Notáveis pesquisadores têm defendido a tese de que
o “Jesus Histórico” teria assumido uma postura revolucionária(1), face às práticas
correntes na sociedade religiosa do Seu tempo.
Realmente, para vários estudiosos das ciências
históricas, a análise das assertivas contidas nos Evangelhos desvelaria a
atitude de um religioso Judeu do Mediterrâneo(2) em antítese com os preceitos judaicos vigente à Sua
época, que, por conseguinte, poder-se-ia considerar como um sedicioso.
Por exemplificação, observa-se na Pregação do
Monte, conforme descrita no capítulo cinco de O Evangelho Segundo Mateus, um
inequívoco intuito de desconstruir um pensamento vigente, substituindo-o por um
conceito totalmente novo. O Mestre Amantíssimo empregara repetidas vezes a expressão:
“Ouvistes
que foi dito aos antigos (...)”, acompanhada, a seguir, de uma citação dos Livros
Mosaicos; e concluindo a elocução, conduzira o pensamento dos ouvintes a uma
nova interpretação da Lei Divina, ao aplicar expressão “Eu, porém, Vos digo
(...)”. Por tal razão, àquele tempo
Jesus fora perseguido pelas autoridades do Templo de Jerusalém como um
antagonista das Leis de Moisés, conquanto Seus discursos fariam frontal contradita
ao Pentateuco Mosaico.
Escrevera Moisés no Torá:
Êxodo,
21:24-25; olho por
olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura,
ferida por ferida, golpe por golpe.
Levítico, 24:19-21; Quando também alguém desfigurar o seu próximo,
como ele fez, assim lhe será feito: quebradura por quebradura, olho por olho,
dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará.
Quem, pois, matar um animal restituí-lo-á; mas quem matar um homem será morto.
Nada
obstante, pregara Jesus no Monte das Beatitudes:
Mateus, 5:38 -39; Ouvistes que foi dito: Olho por
olho, dente por dente. Eu, porém, vos
digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita,
volta-lhe também a outra.
Mateus 5:43-44; Ouvistes
que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém,
vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.
Em a perspectiva histórica,
torna-se, pois, melhor compreensível o porquê da não aceitação - pela Religião
Judaica - da condição Messiânica de Jesus.
Conquanto, dezenove séculos após,
Allan Kardec, pseudônimo do eminente cientista e pedagogo francês Hipollyte Léon
Denizard Rival - Apóstolo fiel e incansável de O Espírito de Verdade - elucida,
definitivamente, tal problemática, em admirável hermenêutica(3):
“[...] A
moral ensinada por Moisés era apropriada ao estado de adiantamento em que se
encontravam os povos a quem ela estava destinada a regenerar. Esses povos,
semi-selvagens quanto ao aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que
se pudesse adorar a Deus sem a realização de holocaustos, nem que fosse preciso
perdoar a um inimigo. A inteligência deles, notável sob o ponto de vista da
matéria e mesmo sob o das artes e das ciências, era muito atrasada em
moralidade, e não seria convertida sob o domínio de uma religião inteiramente
espiritual. Era-lhes necessária uma representação semi-material, como a que a
religião hebraica lhes oferecia. Os holocaustos falavam aos seus sentidos,
enquanto a idéia de Deus falava ao seu espírito. O Cristo foi o iniciador da
moral mais pura, mais sublime; da moral evangélico-cristã que deve renovar o
mundo, aproximar os homens e torná-los irmãos; que deve fazer jorrar de todos
os corações humanos a caridade e o amor ao próximo, e criar, entre todos os
homens, uma solidariedade comum; enfim, de uma moral que há de transformar a
Terra, e dela fazer uma morada para espíritos superiores aos que hoje a
habitam. É a lei do progresso, à qual a Natureza está submetida, que se cumpre,
e o Espiritismo é a alavanca da qual Deus se utiliza para fazer a humanidade
avançar. [...]”3
Outrossim, deveras relevante a perspectiva
descortinada pela ciência médica, em transcendente aliança com a Doutrina
Espírita. Em artigo publicado
na revista Psychological Science(4),
pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, observaram que
orar pelo bem do cônjuge auxilia na disposição por perdoá-lo, sobretudo quando
a oração for feita na iminência de conflitos. No trabalho científico, as
pessoas deveriam, em primeiro lugar, fazer uma descrição da pessoa por quem
fariam a oração. Depois de apenas uma oração, os voluntários se mostraram mais
dispostos a compreender o ponto de vista do outro e aceitar suas desculpas, em
claro processo de empatia. O estudo científico descreve, do mesmo modo, um
segundo experimento no qual os voluntários fizeram orações diárias por um amigo
próximo durante quatro semanas, também demonstrando o poder apaziguador da
prece.
Ao
fanal da ciência e da Exegese Kardeciana, apreenderemos, porquanto, que Jesus não
fora um subversor das Escrituras Sagradas, mas, ao contrário, notabilizara-se
como O Mais Perfeito Intérprete das Leis Divinas, na história da civilização
humana.
1. MEIER, John
P. Um Judeu Marginal: repensando o Jesus histórico. Vol. I. Rio de
Janeiro, Imago Ed: 1993.
2. CROSSAN,
John D. Jesus, Uma Biografia Revolucionária.
Rio de Janeiro, Imago Ed: 1995.
3. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Albertina Escudeiro
Sêco. 1. Ed., Rio de Janeiro, CELD Ed: 2008. Cap.I,
item 9.
4. Comprovação do poder pacificador da oração. In: Revista Mente e Cérebro, edição online. Março de 2010.
Capturado de <http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/comprovacao_do_poder_pacificador_da_oracao.html>
em 01 de outubro de 10.