BÍBLIA. Português. Bíblia de
Jerusalém. Nova edição rev. e ampl. São Paulo: Paulus, 2002. 3 a. Impressão:
2004. O Evangelho Segundo Lucas 4:14-30 p. 1794-5
JESUS INAUGURA SUA PREGAÇÃO - JESUS
EM NAZARA
PASSAGENS PARALELAS ENCONTRADAS EM
MARCOS 6, 1-6 E MATEUS 13, 58-8.23 Ele, porém, disse: "Certamente me
citareis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Tudo o que ouvimos dizer que
fizeste em Cafarnaum, faze-o também aqui em tua pátria".
#Auscultando as dúvidas nos
presentes, Jesus se adianta. No entanto, em vez de dar demonstrações
miraculosas, ele oferece uma visão crítica, analítica sobre a questão. Que nos
sirva de lição. O entendimento das Leis Morais é muito mais importante que
qualquer fenômeno espírita. Se quisermos divulgar o espiritismo, façamo-lo
pelas ideias, pelas explicações que logra, pelo entendimento das questões
inexplicáveis, e não por fenômenos.
# O Livro dos Espíritos –
Capítulo V
Considerações sobre a Pluralidade das
Existências\Q. 222
“Raciocinamos, como
o dissemos, abstraindo de qualquer ensino espírita que, para algumas pessoas,
carece de autoridade.
Se nós e tantos outros adotamos a
opinião da pluralidade das existências, não é apenas porque veio dos
Espíritos, é porque ela nos pareceu a mais lógica e porque só ela resolve
questões, até então, insolúveis. Tivesse ela vindo de um simples mortal e
nós a teríamos adotado, da mesma forma, e não teríamos hesitado mais tempo em
renunciar às nossas próprias idéias; desde o momento em que um erro é
demonstrado, o amor-próprio tem mais a perder do que a ganhar, obstinando-se
numa ideia falsa. Assim também, nós a teríamos rejeitado, embora tivesse
vindo dos Espíritos, se ela nos tivesse parecido contrária à razão, como
rejeitamos muitas outras; pois sabemos, pela experiência, que não se deve
aceitar, cegamente, tudo o que vem da parte deles, não mais do que o que vem da
parte dos homens.”
Allan Kardec
#"Por maior que seja a legítima confiança que vos
inspiram os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, é recomendação
nunca por demais repetida que deveis ter sempre presente em vossa mente, quando
vos entregardes aos vossos estudos: pesai e refleti; submetei ao controle da razão a
mais severa todas as comunicações que receberdes..."
Espírito
Luís, Revista Espírita, Setembro de 1859
24 Mas em seguida
acrescentou: "Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua
pátria.
# A Gênese, os Milagres e as
Predições segundo o Espiritismo - Capítulo XVII Predições do
Evangelho • Ninguém é profeta em sua
terra.
2. Jesus enunciou aí uma verdade que se transformou em
provérbio, que é de todos os tempos, e à qual se poderia generalizar dizendo
que ninguém é profeta enquanto
vivo.
Na linguagem atual, entende-se essa máxima como o crédito que
alguém goza entre os seus e entre aqueles em cujo meio ele vive, e à confiança
que inspira neles pela superioridade do saber e da inteligência. Se existem
exceções, elas são raras, e, em todos os casos, jamais são absolutas. O
princípio dessa verdade é uma conseqüência natural da fraqueza humana e pode-se
explicar assim: O hábito de se verem desde a infância, nas circunstâncias
normais da vida, estabelece entre as pessoas uma espécie de igualdade material
que, muitas vezes, faz com que se recusem a reconhecer uma superioridade moral
naquele de quem se foi o companheiro ou o comensal, que saiu do mesmo meio e de
quem se viram as primeiras fraquezas. O orgulho sofre pelo ascendente que é
obrigado a suportar.
Quem quer que se eleve acima do nível comum está sempre exposto
ao ciúme e à inveja. Aqueles que se sentem incapazes de chegar à sua altura,
esforçam-se para rebaixá-lo pela difamação, a maledicência e a calúnia. Tanto
mais alto eles gritam, quanto mais se vêem pequenos, achando que se engrandecem
e o ofuscam com o barulho que fazem. Assim foi e assim será a história da
humanidade, enquanto os homens não tiverem compreendido sua natureza espiritual
e alargado seu horizonte moral; esse preconceito também é próprio de espíritos
acanhados e vulgares, que atribuem tudo à sua personalidade.
Por outro lado, geralmente fazemos dos homens que conhecemos
apenas pelo seu espírito, um ideal que cresce com a distância dos tempos e dos
lugares.
Eles são quase despojados da humanidade; parece que não devem
nem falar nem sentir como todo o mundo; que a sua linguagem e seus pensamentos
devem estar constantemente no diapasão da sublimidade, sem lembrarmos que o espírito
não poderia estar o tempo todo tenso, em estado de perpétua superexcitação. No
contato diário da vida privada, vê-se muito o homem material que em nada se
distingue das pessoas comuns. O homem corpóreo, que impressiona os sentidos,
quase apaga o homem espiritual, que só impressiona o espírito: de longe, vemos apenas os clarões do
gênio; de perto, vemos o repouso do espírito.
Após a morte, não existindo mais a comparação, resta apenas o
homem espiritual, que parece tanto maior, quanto mais longínqua estiver a
lembrança do homem corporal. Eis por que aqueles que marcaram sua passagem pela
Terra por obras de real valor são mais apreciados após sua morte do que quando
vivos. São julgados com mais imparcialidade, porque, com o desaparecimento dos
invejosos e dos competidores, os antagonismos pessoais não existem mais. A
posteridade é um juiz imparcial que aprecia a obra do espírito; se é boa,
aceita-a sem entusiasmo cego, e se é má, ela a rejeita sem rancor, abstendo-se
de considerar a individualidade que a produziu.
Jesus pouco podia escapar às conseqüências deste princípio,
inerente à natureza humana, porque vivia em um meio pouco esclarecido, e entre
criaturas votadas inteiramente à vida material. Nele, seus conterrâneos viam
apenas o filho do carpinteiro, o irmão de homens tão ignorantes quanto eles, e
se perguntavam o que podia torná-lo superior a eles e dar-lhe o direito de
censurá-los. Verificando então que a sua palavra tinha menos crédito entre os
seus, que o desprezavam, do que entre os estranhos, preferiu ir pregar para os
que o escutavam e entre os quais encontrava simpatia. Pode-se fazer uma idéia
dos sentimentos que os seus parentes nutriam em relação a Jesus, pelo fato de
que os seus próprios irmãos, acompanhados da sua mãe, foram a uma reunião onde
ele se encontrava para se apoderarem dele, dizendo que Jesus havia perdido o espírito. (Marcos, III: 20 e 21; 31 a 35; O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIV.)
Assim, de um lado, os sacerdotes e os fariseus acusavam Jesus de
agir pelo demônio, do outro, ele era tachado de louco pelos parentes mais
próximos. Não é assim que acontece atualmente em relação aos espíritas? E estes
devem se queixar por não serem melhor tratados pelos seus concidadãos do que o
foi Jesus? O que não tinha nada de espantoso há dois mil anos, no meio de um
povo ignorante, é mais estranho no século dezenove entre as nações civilizadas.
Allan Kardec
#Historicamente, observa-se que o cristianismo – nos
séculos I/II/III da Era Comum difundiu-se e consolidou-se mais intensamente
entre os nãos judeus, do que entre os judeus, confirmando a presciência de
Jesus ao prever que os gentios O aceitariam como o Messias com maior
credulidade.